Da arquibancada ao topo do mundo
Ela não entrou em um ginásio para competir. Entrou para assistir. Há cerca de cinco ou seis anos, Girlene Monteiro Gonçalves, então professora de Educação Física, mãe de quatro meninos e esposa, foi acompanhar o marido em uma competição de powerlifting. A missão era simples: apoiar, observar e tirar fotos. O destino, no entanto, tinha outros planos.
“Observei as cargas das meninas e vi que eu podia ganhar. Me inscrevi na hora, competi e venci no supino e no power bíceps livre. Dali em diante, eu nunca mais parei.”
Aquele gesto impulsivo marcou o início de uma trajetória que hoje ultrapassa fronteiras, quebra recordes e coloca o nome do Amazonas no mapa mundial da força. Aos 47 anos, pesando 56 kg, Girlene não é apenas atleta: é símbolo de resistência, disciplina e fé.
Da curiosidade ao alto rendimento
O que começou como curiosidade rapidamente se transformou em compromisso. Com o acompanhamento técnico rigoroso e treinos intensos, Girlene passou a disputar campeonatos estaduais, nacionais e internacionais.
“Meu técnico acompanha os recordes nacionais e internacionais e conhece meu potencial. Nosso treino é sempre uma guerra, mas eu fui atrás do meu título mundial.”
A preparação não se limita ao físico. Envolve estratégia, foco mental e investimentos constantes.










O preço de competir em alto nível
Por trás de cada medalha, há custos que não aparecem no pódio.
“Passagens, hospedagem, transporte, alimentação, suplementação, vitaminas… tudo isso pesa. Competir exige investimento e muito sacrifício.”
Antes de representar o Brasil fora do país, Girlene enfrenta uma das competições mais disputadas do Norte do país.
“Para competir fora, é preciso passar pelo Campeonato Amazonense, que é sempre muito forte. As mulheres estão cada vez mais preparadas.”
Recordes que mudaram o jogo
Em 2023, durante o Arnold Classic South America, em São Paulo, Girlene entrou definitivamente para a história do esporte ao se tornar a mulher mais resistente do mundo no bíceps, com 80 repetições — um recorde absoluto na competição.
“Foi a consolidação de uma atleta leve, forte e com uma resistência diferenciada. Até hoje ninguém superou esse número.”
O feito não foi isolado. Sua regularidade e desempenho a colocaram entre as 10 mulheres mais fortes do mundo na modalidade supino até 60 kg, categoria Master 2, um reconhecimento internacional.
Do Amazonas para o mundo
A consagração internacional veio também no Uruguai, onde Girlene conquistou o título sul-americano, levando a bandeira do Amazonas para fora do Brasil.
“Foi especial competir em outro país e mostrar que no Amazonas existem mulheres guerreiras, capazes de conquistar títulos para o Estado.”
Um título mundial e um legado em construção
Entre as maiores conquistas está o título de campeã mundial da GPC, no strict curl, que consagrou Girlene como a mulher mais forte do mundo até 56 kg, categoria Master 2.
“Quando entendemos a dimensão do que estamos vivendo, percebemos que fé e trabalho duro mudam tudo.”
Inspirada por atletas veteranos que seguem competindo, Girlene projeta uma carreira longa.
“Conheci um atleta de 86 anos competindo em alto nível. Minha meta é chegar nessa idade treinando e competindo.”
O futuro já começou
Os próximos desafios já estão definidos.
“Meu objetivo é ser campeã mundial em todas as modalidades na Polônia, em 2026. Já estou em treinamento.”
No powerlifting, parar não é opção.
“A gente sempre quer se desafiar e ir mais longe.”
Além de atleta, Girlene também é treinadora. Seu time hoje é um dos maiores do Amazonas.
“Eu treino, compito e formo atletas. Uno o útil ao agradável.”
Uma mensagem que resume tudo
Se pudesse resumir sua história em uma frase para o povo amazonense, Girlene não hesita:
“Força, foco e fé.”
Girlene Monteiro Gonçalves, 47 anos, mãe de quatro meninos, prova que a força não nasce apenas nos músculos — nasce na decisão de tentar.
📍 Manaus – Amazonas
📸 @Gigipersonal
📝 Jobison Henrique Nery Lopes
Se quiser, posso encurtar para portal, transformar em release de imprensa, ou adaptar para revista esportiva.

